Não é novidade que o público compreende cada vez mais a importância de manter a sua privacidade no mundo digital. Se antes os ataques eram direcionados para apagar dados, agora a ameaça é com o roubo das nossas informações para uso indevido.
Esse cenário traz novos desafios para que as marcas possam atingir os seus clientes no ambiente digital: dependendo dos dados utilizados para realizar a segmentação do anúncio, a prática pode ser considerada invasiva. Esse incômodo é ainda maior quando os anúncios são ligados a temas que consideramos pessoais ou privados.
Não à toa, o consumidor passa a exigir das empresas anunciantes e das plataformas de distribuição de conteúdo que se posicionem sobre o assunto.
Foi com base nessa mudança de comportamento do mercado que o Meta (nome do conglomerado de tecnologia detentor do Facebook, Instagram e Whatsapp), anunciou a remoção de alguns filtros de segmentação de anúncios considerados sensíveis da plataforma de anúncios do Facebook.
A nova regra exclui a possibilidade de segmentar anúncios com base em conexão com causas, afiliação política, religião, orientação sexual, questão de saúde e outros.
Segundo Graham Mudd, o vice-presidente do grupo Meta, existem preocupações com relação a experiências negativas que anúncios relacionados a essas áreas sensíveis podem causar nos grupos de menor representatividade.
Mas qual o impacto disso para as marcas? Existe uma consciência maior sobre a necessidade de se sentir representado na mídia e na comunicação das marcas - seja por raça, etnia, orientação sexual ou deficiência física e mental.
O público quer ter certeza de que as marcas enxergam e entendem as suas necessidades, seus pontos fracos e seus pensamentos. Por isso, incluir essa diversidade na comunicação da marca é fundamental para que seja possível gerar conexão verdadeira com os consumidores.
É claro que para as marcas essas mudanças na segmentação de anúncios online tornam o processo de tratamento de dados mais complexo, especialmente depois que a Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor no Brasil em 2020. Afinal, existe um grande desafio de adequação às novas regras de privacidade e distribuição de conteúdo impostas pela Lei.
Por outro lado, a percepção do público com relação à mudança é positiva. Isso acontece porque os anúncios das marcas passam a ser menos invasivos e, consequentemente, geram impactos mais positivos no relacionamento entre marca e público-alvo.
Nesse sentido, passa a ser mais importante do que nunca direcionar a comunicação das marcas através do conteúdo que será consumido, ou seja, trazendo maior ênfase ao contexto o qual se relaciona e a outros sinais contextuais que preservem a identidade do cliente.
No entanto, para que isso seja possível é essencial ter agilidade no tratamento e análise dos dados. Isso é o que torna viável não só avaliar o desempenho do negócio no digital, mas também prever o comportamento dos usuários e quais ações podem ser tomadas para mudar os rumos a favor do negócio.
Assim, torna-se cada vez mais obrigatório que as marcas anunciantes sejam capazes de organizar, estruturar e utilizar os seus próprios dados (first party data) para que não dependam tanto das gigantes da tecnologia, como as plataformas do Meta (Facebook e Instagram) na hora de gerar conversões para o negócio.
Vale ressaltar que, com o avanço das tecnologias e das experiências cada vez mais imersivas de marca, a quantidade de informações que as empresas serão capazes de coletar é gigantesca.
“Esse trabalho requer não só a adequação de processos internos da empresa, mas também da arquitetura dos ativos digitais”, diz Juliana Bissi, head de Tecnologia da SA365.
Como assumem enorme responsabilidade sobre o tratamento dos dados coletados, é fundamental que as marcas trabalhem estratégias cada vez mais arrojadas de proteção de dados.
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